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A grande nave solta no espaço, é também a nave sonora que nos transportará: de lá de dentro o artista orquestra/ improvisa / produz um sopro de múltiplos timbres e pulsos percussivos, efeitos, vozes amplificadas.
Pulsações musicais que carregam meu corpo para um outro Lugar. Novos começos se engendram: a nave corpo se deixa conduzir pela percepção sincrônica dos múltiplos fios mixados na textura das sonoridades.
Há o pulsar ancestral dos índios, ou o gravíssimo tom das vozes tibetanas, as sementes africanas e nossas, as tardes eternas com árvores e cigarras e manhãs com pássaros...
Traços e timbres que se tramam e abrem por instantes uma espécie de miragem simultânea do que em mim já se queimou como palha; do que é irradiação encarnada no instante presente (o corpo, tomado pelo som) e também a aposta, ou o pressentimento do que será, da palavra que ainda virá quando o Ninho sonoro de Siri parece prestes a levantar voo: para onde viajo, viajamos, que outras palavras nos aguardam?
Muitas crianças também formam essa tribo que escuta os sons de Siri dentro da sua cósmica nave de palha: alguns se aproximam e olham entre os galhos do Ninho: ouso segui-las e , por uma fresta, vejo Siri soprar uma grande concha marinha.
Soa o chamado ao futuro soa, soam vibrações e vozes, em direção ao que não se sabe. Sou o que soa : outra vez uma primeira vez.
Em torno desse impossível _constrói-se um "Habitável".
O artista deixa o Ninho: Siri quer dizer alguma coisa à tribo que o acompanhou até ali (ele vem de uma longa viagem, é um astronauta e acaba de aterrissar) : a tribo bate palmas, há uma doce vibração no ar. E Siri escolhe "criançar" com as palavras : dirige-se à sua plateia na língua dos passarinhos.
Annabel Cerviño
Exposição_Habitáveis_Centro de Arte Helio Oiticica_RJ_2017
Na instalação Sincretismo sincronizado, 360 turíbulos deixam o espectador em estado meditativo.
Ele cria um caráter peculiar na estruturação da percepção visual – uma nova inteligência musical de “plásticas sonoras”, nas interfaces interativas de semitons que nos levam a uma imersão sensorial – de cânticos religiosos, sons orientais, africanos, expressões de danças indígenas – mescla que estimula o visitante a entrar no objeto site specific, experimentando dimensões do sagrado, profano, divino e humano.
Na sinfonia endereçada aos ouvidos e aos olhos, a instalação não é como utopia extraterrena, mas, antes, uma exigência do fazer, quando o presente irrompe com toda força, constituindo verdadeiros instantes, o tempo agora, o Jetztzeit.
Cristina Burlamaqui
Instalação sonora_Festival Artes Vertentes_SESI_Tiradentes _MG_2017
Performance sonora_Festival Artes Vertentes_SESI_Tiradentes _MG_2017
Performance sonora_Festival Artes Vertentes_SESI_Tiradentes _MG_2017
Instalação sonora_Exposição “Das Virgens Cardumes e da Cor das Almas”_Museu Bispo do Rosário_RJ
Instalação sonora_Galeria Mezanino SP_2015
Instalação Sonora_Espaço Movimento Contemporâneo Brasileiro_RJ_2015
Montagem_ Sincretismo Sincronizado_Museu Bispo do Rosário_RJ_2016
Peles dos instrumentos são substituídas por falantes, transformando-os em caixas acústicas que repercutem sua própria voz.
Instrumentos de samba (surdos, caixa, repique, caixas e tamborins), criam uma atmosfera de surround, convidando o espectador a uma experiência sonora única.
Na abertura Siri faz performance tocando ao vivo e interagindo com sua própria obra, tocando instrumentos e regendo a própria instalação.
“...Nesta performance sou o maestro de músicos virtuais que usam instrumentos com vida própria”, afirma o artista.
Instalação Sonora_V22_Londres_2012
Performance Sonora_Battersea Art Center_Londres_2012
Instalação Sonora_Battersea Art Center_Londres_2012
Performance Sonora_Projeto 3 na Rampa_Galeria Artur Fidalgo_RJ_2010
Instalação Sonora_Projeto 3 na Rampa_Galeria Artur Fidalgo_RJ_2010
Performance Vozes do Samba Projeto FronteiriçosGaleria Baró_SP_2012
Performance Vozes do Samba na 3º Bienal de BúziosBúziosRJ_2012
Escuta.
A floresta escuta a música, a platéia a Floresta.
Diálogo natural onde cipós e cabos de audio se entrelaçam como frequências harmônicas naturais .
Seres invisíveis ou quase imperceptíveis ganham voz e textura através da amplificação do som.
Não me refiro a pequenos seres da floresta, mas sim o próprio Homo.
Uma performance musical é proposta em homenagem a esse grande força natural.
A partir de uma concha, Siri parece já nos transportar para outra dimensão, ali sons de pássaros, grilos, cigarras e outras frequências também interagem com o artista.
Ritmos ancestrais, instrumentos inusitados, quase primitivos nos evocam para algum lugar. Passado presente e futura ali já não existem.
Nessa composição em parceria com a natureza, o público também interage com microfones espalhados como cipó nas árvores da floresta.
O soar dos instrumentos sinaliza que músicos já passaram por ali deixando sua mensagem em meio a outras que foram tocadas.
Siri cria uma atmosfera musical que é ovacionada por uma plateia que já esteve presente.
Para o expectador, uma pergunta: Estas pessoas, músicos e platéia, estiveram mesmo ali?
Será que isso realmente importa?
É a “Presença da Ausência” que invade o pensamento daqueles que presenciam a performance.
Instalação sonora com pedestais, partituras em branco e luzes
Centro Cultural da Caixa_RJ_2010
Arte Boate
Ninguém toca o som, mas ele tudo toca. E tudo que ele toca é tecla, sopro, corda – nômade dos ouvidos, vibra no arco do pavilhão coletivo.Sua arque-acústica revela o inconsciente auditivo. A vida é como um instrumento de corda; o que nela olha aquele que vê, se desentoca. Imagine os sons com os pés. O que escutamos são pegadas. A sola toca o solo.
A música que se ouve ,Houve. O invisível é o som ser uma imagem. De poros esbugalhados. O som for a do campo auditivo
é um rito. É possível tocar esse instrumentop extra-sonoro ao vivo. Reboot iniciático O som bate à porta. Escute o seu convite.
Arte. Boate.
Fernando Gerheim